sábado, 11 de fevereiro de 2012

Quando mudou

   Bastou uma única noite de sono, emblemática, é claro, porque sei que as coisas não se "resolvem" magicamente em uma noite (antes fosse); acho que aos poucos o sentimento vai se transformando e tão calmamente que a gente nem percebe, e um dia: pronto, já não existe mais (não por agora)!

  Em algum tempo queimou muito, depois se assossegou um pouco e tornou-se necessidade cotidiana (quase mania), até doer um dia e outro e eu perceber que não era aquilo que eu queria, não era mais, mas eu continuava lá fingindo uma fé louca, uma confiança cega, um otimismo bobo. Porque a gente, às vezes, teima em não mudar o que sempre pareceu cômodo. Mas, felizmente, a vida, o tempo, o destino, resolvem dentro da gente o que até então era só adiamento, recusa por decidir.  O que eu pensava ontem, hoje já não existe ou mudou de lugar; quebrou a admiração (espatifou); partiram a amizade, a disponibilidade e a dedicação sem sequer deixarem um bilhete; o sistema deu pane... Só sei que numa noite se transformou, porque eu cedi, eu decidi que não lutaria por uma causa que já não era mais minha. Não sei, mas acho que só evaporou, sabe? E eu que achei que "morreria disso"...

  Então é isso, agora sim acabou, porque acordei leve, sem nenhum pesar, sem nenhum resquício de lamento. Grata, gratíssima, superada, superadíssima. Levantei da cama, escovei os dentes, dei uma longa e detalhada olhada no espelho e sorri, para mim, para você, para o mundo. E ri muito, de tudo que um dia tinha doído tanto. Fui ler o jornal e fui direto para as previsões astrológicas, e no meu signo estava o seguinte: "O panorama existencial mudou muito e você ainda não teve tempo de compreender a totalidade do que se colocou em andamento. Agora chegou o momento em que será propício se recolher para meditar com sinceridade". 

  Os astros corroboravam: o panorama mudou, sorri satisfeita. Voilà, hoje é hoje, coloquei o CD do Seu Jorge e cantei com ele: "a doida vazou, não quis meu amoooor"...mais tarde eu medito, com sinceridade, sempre!

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